Introdução
- Muitos homens jovens chegam ao consultório com sintomas clássicos de hipogonadismo (fadiga, perda de libido, dificuldade de ganhar massa muscular) e exames com testosterona total entre 350 e 450 ng/dL.
- No entanto, os guidelines tradicionais (como os da American Urological Association – AUA) consideram apenas valores abaixo de 300 ng/dL para diagnóstico de deficiência hormonal.
Alguns estudos aprofundaram no assunto.
- O artigo publicado no The Journal of Urology (título: Defining Age-Specific Cutoffs for Testosterone Deficiency in Young Men) sugere que homens mais jovens necessitam de níveis mais altos para manter o mesmo equilíbrio fisiológico de um homem mais velho.
- Por exemplo, um homem de 25 anos com 370 ng/dL pode estar sintomático, enquanto outro de 55 anos pode estar bem com esse mesmo nível.
- A análise dos dados do NHANES (2011–2016) demonstrou que a média de testosterona total em homens de 20 a 24 anos era de aproximadamente 470 ng/dL, com limite inferior de referência de 409 ng/dL – muito acima dos 300 ng/dL frequentemente usados como critério universal.
Reposição: individualização é a chave
- A diretriz da AUA recomenda considerar TRT (terapia de reposição de testosterona) quando a testosterona total estiver consistentemente abaixo de 300 ng/dL e o paciente for sintomático.
- No entanto, essa faixa única desconsidera fatores cruciais como idade, composição corporal e ritmo circadiano hormonal.
- A conduta ideal deve levar em conta sintomas, estilo de vida e valores repetidos em horários padronizados (entre 7h e 10h da manhã).
Riscos da reposição indiscriminada
- Apesar da tendência de querer atingir “níveis altos” de testosterona, estudos mostram que valores acima de 700–800 ng/dL em homens saudáveis não promovem mais benefícios clínicos, apenas aumentam o risco de efeitos adversos como:
- Eritrocitose
- Apneia do sono
- Supressão da fertilidade
- Agressividade ou labilidade emocional
- A interpretação da testosterona deve ser personalizada, especialmente em homens jovens sintomáticos com níveis no “limbo” (ex: 350–450 ng/dL).
- Exames complementares como SHBG, testosterona livre e LH também ajudam na definição.
- A reposição só deve ser indicada após avaliação clínica cuidadosa, visando restaurar a fisiologia – não ultrapassá-la.
Para saber mais sobre os critérios modernos de reposição hormonal, acesse a página de testosterona em Juiz de Fora.
Se a testosterona baixa estiver impactando sua vida sexual, leia também sobre as opções de tratamento para disfunção erétil.