A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição que afeta a qualidade de vida de muitos homens, principalmente acima dos 50 anos. Ela ocorre quando a próstata cresce de forma benigna, comprimindo a uretra e dificultando a passagem da urina. Mas o que leva esse aumento a acontecer? Seriam apenas os hormônios da idade? Ou fatores como obesidade, sedentarismo e até mesmo o consumo de café também estariam envolvidos?
Neste artigo, você vai entender o que a ciência já sabe sobre as causas da HPB, com base em estudos recentes — e quando é hora de buscar avaliação com um urologista.
O que é a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)?
HPB é o nome dado ao crescimento benigno da próstata. Embora não esteja relacionado ao câncer, o aumento do volume prostático pode causar sintomas como:
- Jato urinário fraco
- Necessidade frequente de urinar, especialmente à noite
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
- Urgência urinária
Estima-se que até 50% dos homens com mais de 60 anos tenham algum grau de HPB, e esse número sobe com a idade.
Fatores genéticos: um risco herdado
Homens com histórico familiar de HPB têm maior chance de desenvolver a condição. Estudos mostram que filhos ou irmãos de pacientes com HPB apresentam risco aumentado em até 50%. Isso sugere que há predisposição genética influenciando o crescimento prostático com o passar dos anos.
Obesidade e resistência à insulina
O tecido adiposo, especialmente o visceral (acúmulo na barriga), atua como um órgão endócrino. Ele libera substâncias inflamatórias e interfere no metabolismo hormonal. A resistência à insulina, presente em pacientes com síndrome metabólica, pode alterar o eixo hormonal testosterona–estradiol e favorecer o crescimento da próstata.
Além disso, homens com índice de massa corporal (IMC) elevado têm mais chance de apresentar aumento do volume prostático e sintomas urinários moderados a severos.
Sedentarismo e alimentação pobre em fibras
Um estilo de vida sedentário também contribui. A falta de atividade física reduz a circulação hormonal adequada, prejudica o metabolismo da gordura e favorece a inflamação sistêmica — todos fatores associados à HPB.
Dietas ricas em alimentos processados, gorduras saturadas e pobres em vegetais e fibras também foram associadas, em estudos observacionais, ao risco aumentado de crescimento prostático e piora dos sintomas urinários.
Cafeína e hábitos diuréticos: mitos e realidades
Em 2025, um estudo publicado no periódico britânico Journal of Men’s Health & Aging levantou hipóteses sobre a cafeína como potencial irritante vesical em homens com HPB. Ainda que os dados não sejam conclusivos, o estudo observacional indicou que homens que consomem mais de 300 mg de cafeína ao dia (cerca de 2–3 cafés expressos) relataram maior urgência urinária e episódios de nictúria (urinar à noite).
A cafeína em si não causa crescimento da próstata, mas pode amplificar os sintomas urinários, especialmente em pacientes com HPB já instalada.
Hormônios e envelhecimento: o fator central
Com o avanço da idade, a produção de testosterona tende a diminuir — mas paradoxalmente, os níveis relativos de estrogênio aumentam. Essa alteração no equilíbrio hormonal estimula o crescimento da zona de transição da próstata, onde ocorre a HPB.
Além disso, alterações nos receptores hormonais prostáticos com o envelhecimento também contribuem para o aumento do tecido glandular e estromal.
Quando procurar um urologista?
Nem todo aumento prostático exige cirurgia. Mas é fundamental procurar avaliação especializada quando:
- Os sintomas urinários comprometem a qualidade de vida
- Há episódios de infecção urinária ou retenção aguda de urina
- O tratamento com medicamentos deixa de fazer efeito
Quanto mais cedo for feita a avaliação, maiores as chances de controlar a progressão e evitar complicações.
Tratamento: da observação à cirurgia
A abordagem pode incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos que relaxam a próstata ou reduzem seu volume, e, nos casos refratários, a cirurgia.
Para entender melhor as opções de tratamento, acesse a página institucional sobre hiperplasia prostática benigna, com abordagem moderna e minimamente invasiva.
Em casos avançados, a cirurgia HoLEP é considerada uma das técnicas mais eficazes para desobstrução prostática, com menor sangramento e alta precoce.